Arborescente, geralmente de até 10 metros de altura, forma colunar, muito ramificada desde a base, provida de espinhos longos. Flores grandes, alvas, que se abrem durante a noite.
Fruto: Tipo baga, alongado, casca grossa e vermelha quando maduro, polpa comestível, adocicada, branca suculenta, contendo muitas sementes pequenas e de coloração preta.
Frutificação: Quase o ano todo, conforme as chuvas.
Propagação: Vegetativa
MANDACARÚ- PLANTA |
Crescendo
em todo tipo de solo árido, entre piçarrentos e
pedregosos, perfeitamente adaptado a longos períodos de seca e
sempre frutificando, o mandacaru é elemento indissociável
da paisagem típica da Caatinga e do sertão nordestino.
Seus ramos sempre verdes, os frutos vermelhos e as belíssimas
flores brancas, que apenas dão o ar de sua graça
durante a noite, são alguns dos poucos elementos de cor nesse
cenário ermo e cinzento, que tão frequentemente
maltrata a vida dos seus habitantes.
MANDACARÚ - FRUTO |
Entretanto,
a crença de que a floração do mandacaru anuncia
a boa safra de chuvas na região, difundida pelas famosas
palavras da música e refletida na cultura popular sertaneja,
não pode ser entendida literalmente. Embora seu crescimento e
sua frutificação estejam diretamente relacionados à
disponibilidade de água no ambiente, sobretudo no solo, a
crença popular baseia-se na idéia de que os verticilos
florais, que surgem pela fecundação da flor, só
cairão em terra molhada pela chuva, o que não se
justifica cientificamente.
Isso
de forma alguma minimiza o valor da fruta do mandacaru. Sua casca
grossa, vermelha, de cerca de 10 cm de comprimento, guarda uma polpa
branca e suculenta, pontilhada de sementes pequenas e negras. Apesar
do sabor pouco apreciável, o mandacaru é bastante
valorizado pelas populações locais, sobretudo para
matar a sede, mas também para, com seus ramos, alimentar os
animais – seja o gado, seja as aves domésticas – e
produzir forragem.
Frequente
nos estados de Alagoas, Piauí, Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba, Pernambuo, Sergipe, Bahia e no norte de Minas
Gerais, o mandacaru, parente do figo-da-índia e da palma, tem
ramos abundantes, considerando-se que se trata de um cacto. Estes
crescem em ângulo agudo em relação ao solo e são
levemente curvados, de modo que a árvore ganha a aparência
de um candelabro. É daí que surge o nome de sua
família, Cereus, derivado de “círio”, que significa
“vela”.
É
por causa dessa forma do caule, grosso e elíptico, que o
mandacaru perde pouca água para a atmosfera. Munido de
incontáveis espinhos e desprovido de folhas, sua superfície
de evaporação é reduzida. Os espinhos, além
disso, funcionam como protetores dos frutos, impedindo que sejam
comidos diretamente pelos animais, na ausência de outros
alimentos.
No
entanto, do mandacaru não é apenas o fruto o que se
aproveita. As raízes e o caule, de conteúdo diurético,
são utilizados pelas populações sertanejas em
inúmeros xaropes; os espinhos são usados como agulhas
para tecer almofadas; o tronco seco serve de material para
portas, janelas e telhados; e a planta toda, de ornamentação
em praças e avenidas.
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